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A velocidade dinâmica e o ritmo vibrante da vida urbana ativam a nossa imaginação. A maioria dos centros urbanos tem pontos onde o ritmo cotidiano é ativo e onde as pessoas se encontram a qualquer hora do dia. A esfera pública oferece um palco para se exibir e para os usuários expressarem as suas mensagens, sejam elas econômicas, corporativas, sociais, ambientais ou artísticas. Para cada pessoa, há para onde andar, há algo para fazer. Porém, ás vezes, esses ritmos urbanos são muito interrompidos. A predominância de carros, plinths não ativos e prédios vazios contribui negativamente para o centro urbano. A segregação de funções fez com que as coisas piorassem. Nos últimos 60 anos, muitas cidades optaram por centros urbanos servindo somente os pedestres, reduzindo a variedade de atividades nos seus espaços públicos.
Cidadãos em muitos centros urbanos usam o espaço público de uma maneira muito flexível – carros, bondes, pessoas, todos se misturam. O desafio do espaço público não se refere somente a espaço bem projetado, mas principalmente à programação e ativação do espaço. Para chegar lá, o espaço público deve ser melhor definido e as melhorias da rede da esfera pública devem resultar na possibilidade de uma caminhada contínua, com cruzamentos perfeitos com a rua principal, com pedestres, bicicletas e carros, todos no mesmo nível e com calçadas largas e confortáveis. A criação de uma esfera pública que funcione bem se destina a gerar lugares para se encontrar, olhar e ser olhado.
“Espaço” deve ser tornado ”lugar” pela criação de locais acolhedores para se ficar. As pessoas querem lugares para sentar, contemplar, debater, se exibir. Para contribuir com uma paisagem de rua, é importante que haja esses lugares para se ficar e desfrutar do espaço público. O equilíbrio entre ”lugar” e ”movimento” na cidade apela por direcionar o movimento e a possibilidade de mudar o uso do espaço. Trata-se de melhorar o equilíbrio entre transporte rápido e lento; entre exercícios específicos e atividades recreativas. Dentro da cidade, a cenografia dos espaços deve ser orquestrada, permitindo usos informais, reequilibrando espaço e movimento.
Uma tendência recente no projeto da rua, a das superfícies compartilhadas, visa a mistura de diferentes tipos de usuários, bem como providenciar acesso para todos. Os usos de hoje sugerem algo além disso, que resulta no conceito de ”espaço compartilhado 2.0 (shared space 2.0). O elemento principal é priorizar pedestres e desacelerar o tráfego na cidade, sem eliminar o trânsito motorizado. O pilar do programa é fazer lugares movimentados e lugares tranquilos. Precisamos criar uma convivência entre ”relax”, a forma mais harmoniosa de ”lugar”, e ”fluxo”, a forma mais apropriada de movimento. Isso vai além de uma abordagem superficial, e abraça os altos e baixos naturais dos espaços públicos – os de fluxos e os de relax. Em certos momentos, espaços precisam permitir mais fluxos, enquanto que, em outros momentos, eles desejarão permitir momentos de pausa e descanso. O projeto e a programação de um espaço podem refletir e amplificar essa realidade. Esses ritmos podem variar ao longo do dia, da semana, do mês e do ano.
Usos informais na esfera pública podem ser estimulados através da introdução de elementos para sentar que tenham a altura certa, mas que, porém, não são projetados com a forma evidente de cadeiras. Podem, por exemplo, ser escadarias ao longo de uma massa d’água, bordas altas ao longo de espaços verdes, ou apenas objetos que podem ser posicionados de maneiras diferentes. Mudar os componentes do espaço pode acomodar o seu uso dinâmico. Acionar e desligar elementos de água faz com que os espaços estejam apropriados para organizar eventos, enquanto que nos momentos calmos, a alegria e o prazer que os elementos de água trazem aos espaços os tornam lugares acolhedores para ficar.
Há lugares movimentados e lugares que são menos frequentados, porém ainda funcionam perfeitamente na rede da esfera pública. Em áreas residenciais, o senso de hierarquia nas tipologias de espaço deve ser desenvolvido, desde público, semi-público, bairros coletivos até pátios das escolas acessíveis para a comunidade. O conceito Shared space 2.0 incorpora os caráteres das diversas comunidades da cidade, permitindo momentos de intensidade nos seus espaços comerciais animados e momentos de folga nos seus quarteirões residenciais, através da definição de uma hierarquia de espaços – pátios frontais, pátios internos, playgrounds, etc.
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Discover moreO espaço público de amanhã é o contexto para situações que retornam. A vida cotidiana acontece num padrão que se repete, embora também haja diferenças. Deleuze, em “Différence et repetition”, aplica o ”shared space 2.0”. A vida pública nas cidades terá a sua rotina do horário de pico, horário do almoço e momentos tranquilos, porém terá também momentos de pico especiais.