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La Défense é uma extensão de um eixo muito importante, histórico em Paris, que vai para o oeste do Louvre. Depois da Segunda Guerra Mundial, e especialmente durante os anos 1950, Paris não podia mais acomodar negócios suficientemente e o Estado Francês queria mostrar uma imagem de modernidade de muito aço e vidro, e uma separação intensa de fluxos, modos e usos. La Défense é um monumento a essa ideia – que isso era o distrito de negócios e mais nada. Considerando esse alto grau de especialização, ainda é um lugar relativamente vivo, alternando períodos movimentados e períodos calmos. E nos fins de semana, é uma destinação para uma população diferente que não quer ir para a Paris central.
O primeiro Plano Geral é de 1964 e, desde então, a área foi objeto de vários estudos, produzindo um grande número de dados, mas não houve uma estratégia global para a área. A qualidade do espaço público é datada, obsoleta – faz sentir-se como em um filme de Jaques Tati dos anos 1950, em que a modernidade era um escape. Mas não se trata somente de desenho. A questão é que essa ideia de especialização e separação extrema de atividades não funciona e não é mais desejável. Os imóveis estão se tornando economicamente menos atrativos e há um risco sério de muitos prédios ficarem vazios. A gestão quer competir numa escala maior. Trata-se de fazer o lugar mais convidativo e superar os usos monotemáticos da área.
Os stakeholders principais são dois dos nossos clientes, Defacto, uma instituição pública que gerencia os espaços públicos e os espaços de subsolos no La Défense, e Epadesa, uma instituição pública que na verdade constrói espaços públicos e edificações. Há uma história bastante longa com elas, e alguma ambiguidade em relação às suas interações (por exemplo, sobreposição de papéis). Obviamente, as empresas, os trabalhadores, CEO’s, e administração também têm um papel. Não podemos prejudicar os 20.000 moradores na área. Apesar de não serem muitos, ainda são atores significativos. Os políticos locais também têm um papel chave. Esse projeto tem um status específico, especial, e por esta razão é politicamente sensível.
O termo masterplan não tem muito apelo, porque sugere algo rígido. Neste momento, precisamos de algo diferente no urbanismo, algo que funcione mais como um instrumento ou quadro, algo que pode evoluir e se adaptar a mudanças durante o tempo. O nosso objetivo é criar um instrumento que pode evoluir e abranger novas mudanças e projetos, de tal modo que não se torne obsoleto em alguns anos. Genericamente falando, planejar uma estratégia para todos os espaços públicos da área inteira de 160 hectares, incluindo 30 hectares de laje, e ainda definindo o que é visível acima do solo e o que é invisível, no subsolo, é uma tarefa muito complexa.
Começamos o nosso estudo olhando o espaço acima do solo, quer dizer acima da laje. É verdade, andar na laje como está não é uma experiência fantástica. Está tão desordenado, com detalhes insignificantes e as árvores são ridiculamente pequenas (ainda que seja bastante impossível plantar árvores grandes na laje). A ideia é integrar novas atividades e diversificar o espaço. Desenvolver uma nova identidade noturna é importante também. Porém, a laje é como um telhado de um prédio grande, então o que acontece abaixo é importante também. Tem seis andares abaixo e é um labirinto de galerias subutilizadas e lúgubres, estações de trens e salas. No total, em cima e abaixo, encontram-se 100.000m2 de espaço marginal.
Esse espaço ”marginal” ou “isolado” – que se encontra dentro e entre os prédios, mas também na esfera pública – precisa ser revelado e recuperado. Se a gestão quer atrair um outro tipo de população, esse espaço deve ser abordado para intensificar o uso do lugar. O nosso projeto identificou esses espaços e sugeriu a introdução de novos tipos de programação e funções. Apenas comércio de varejo não é a resposta. Talvez o setor criativo participe, como galerias ou com um Fab Lab. Sugerimos também incentivos para novas ideias e conceitos, como por exemplo, preços de aluguel reduzidos. A esfera púbica precisa de atenção também. Não se trata somente de verde e paisagem, mas do ambiente e atividades apresentados ao usuário. Queremos criar um espaço em que se sinta segurança, confortável, vivo e sempre acomodando as necessidades dos seus usuários.
Além da área de La Défense, a parte de trás, abaixo do Grande Arche – que estamos desenhando também – está passando por uma transformação completa também. É um projeto de urban couture, conectando La Défense e seus entornos com o centro da cidade. Nos próximos anos, esse lugar será completamente reativado com uma universidade, hotel, habitação para estudantes, prédios para educação e uma variedade de funções. Não acontecerá de um dia para outro; leva tempo.
Uma visão consistente é o desafio; algo que não é oportunista e que se preocupa com as condições presentes. Ao mesmo tempo, a visão deve considerar ações de médio e longo prazo e trazer sugestões únicas. Um dos princípios do projeto é a conexão de La Défense com os seus entornos. Isso requer a perfuração da laje e remover esse senso de isolamento. Uma maneira de fazer isso é tirar proveito dos espaços isolados ou marginais.
A Defacto já lançou aproximadamente 40 projetos diferentes para o lugar, a maioria é centrada nesses espaços marginais. Mudar esses espaços reconectará La Défense com a escala humana, a cidade ao nível dos olhos. Por exemplo, as entradas podem ser mais acolhedoras com acréscimo de iluminação. Ou ao longo da calçada, em alguns pontos, o pedestre passa ao lado de um muro grande. Se fosse aberto, isso poderia se tornar algo completamente diferente. Poderia ser uma grande experiência.
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