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REINVENTANDO O ANDAR
TÉRREO DEPOIS DE 50 ANOS

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UMA LÓGICA PARA BONS PLINTHS RESIDENCIAIS

A falta de qualidade de vida e de habitação nas áreas residenciais do pós-guerra na Holanda muitas vezes se deve à aparência pouco atraente e ao mau uso dos plinths em muitos prédios habitacionais. As áreas do pós-guerra foram desenvolvidas partindo de concepções urbanas abstratas, no nível do distrito, apenas com objetivos pragmáticos. O uso cotidiano da moradia, do seu ambiente e das ruas foi pouco considerado. Porém, é exatamente no uso cotidiano que o plinth é de importância crucial. Felizmente, ainda podemos mudar situações, mesmo com atraso de 50 anos.

O plinth é a conexão entre os prédios e os seus arredores. Design, programação (uso do solo) e organização do nível térreo de um prédio residencial não determinam apenas o seu impacto nos passantes. Essas caraterísticas determinam também até que ponto a área funciona. Durante o período da construção pós-guerra havia muita atenção com a tipologia do prédio residencial. Arquitetos e planejadores da época buscaram a ótima organização das plantas térreas, circulação e orientação das moradias. Eles também deram muita atenção a um novo desenho urbano, aberto. Porém, em muitos casos, a ligação crucial entre a moradia e o bairro, o plinth, foi desenhada sem o suficiente cuidado. Os andares térreos de muitos prédios habitacionais não se aproveitaram da maneira conforme foram alocados.

Hoje, esses prédios e bairros lutam por uma imagem positiva. Para a sua revitalização, muitas vezes é preciso focar nos plinths. Sinteticamente, poderemos fazer isso de três maneiras:

  • Fortalecer e otimizar a configuração do plinth original
  • Ajustar a configuração do plinth à alocação existente
  • Ajustar ambos, o plinth e a alocação

Cada maneira depende do tipo do problema a ser resolvido. Os exemplos seguintes fazem parte do portfólio da Van Schagen Architekten:

OTIMIZAÇÃO DA CONFIGURAÇÃO ORIGINAL: VISSENKOMMEN PENDRECHT

Os Vissenkommen (“Aquários”, o apelido do projeto, devido à forma das janelas) em Pendrecht, Roterdã, são caraterizados por um andar térreo aberto, usado apenas para quartos pequenos como despensa, e pelas entradas dos pórticos. A abertura desse plinth é um elemento fundamental no projeto urbano: permitindo a conexão entre o pátio interno e a rua, ambos originalmente planejados para serem os recreios das crianças dos prédios residenciais.

Devido à diminuição do número de famílias com crianças nesses prédios residenciais, o grau de abertura das entradas e dos seus arredores resultou em terrenos férteis para problemas e perturbações. A renovação dos plinths no ano 2000 se focou na preservação das conexões e da transparência do andar térreo. Ao mesmo tempo, a introdução de novos materiais fez com que os limites entre público e privado estivessem claros como vidro, literalmente. A arquitetura distinta do prédio, também criada pela forte distinção entre o plinth e os andares acima, permanece importante na modesta adaptação do plinth.

SE AJUSTANDO À ALOCAÇÃO: 3 EXEMPLOS

Em projetos diferentes, focamos no aproveitamento das possibilidades que a alocação proporciona, para melhorar ambos, o uso do ambiente e o programa residencial do prédio. Às vezes, intervenções simples são tudo o que é necessário. Em outros momentos, é preciso uma reorganização forte dos plinths do prédio.

Em Schuilenburg (Amersfoort), há faixas verdes entre os prédios residenciais. Originalmente, elas não eram acessíveis desde o prédio, portanto não eram usadas e não faziam sentido. A reorganização do andar térreo, de onde as garagens foram removidas, ofereceu a possibilidade de uma entrada por dois lados. O projeto arquitetônico principal (o plinth e os andares acima) foi enriquecido com um uso da alta qualidade  do novo programa do plinth, com fachadas abertas, boa iluminação e uma composição esteticamente boa de azulejos. Os apartamentos acima foram renovados enquanto estavam habitados.

Na Enschedelaan (Haia), os prédios residenciais foram construídos em uma estrutura de fita, (a face fronteira fazendo frente à traseira), então todos os apartamentos estão orientados ao sol. O pátio verde não é acessível desde os blocos residenciais e não tem um uso funcional direto. Na renovação do complexo, o andar térreo foi

integrado com o segundo andar em apartamentos duplex, com a porta da frente orientada para a rua e um jardim do lado traseiro adjacente ao pátio. A parte restante desse pátio é usada como um recreio comunitário, acessível desde os jardins privados ao seu redor e do corredor dos elevadores. Com essa reorganização, o prédio residencial obteve melhor ligação com o seu redor, através das entradas diretas pela rua. Porém, a arquitetura caraterística dos prédios como blocos distintos foi preservada. As sacadas e antigas galerias foram convertidas em varandas privadas que funcionam como intermediárias entre a rua e a residência.

Complex 50 (Amsterdã Osdorp) também foi construído numa estrutura de fita. O andar térreo consiste de entradas dos pórticos, áreas de despensa, garagens, alguns apartamentos pequenos e uma passagem por baixo da construção. Os dois andares mais inferiores foram completamente reorganizados. A intervenção principal é um apartamento duplex com a sua própria porta da frente para a rua, e um jardim no lado ensolarado. Embora essa notável intervenção programática nos dois andares, a configuração arquitetônica principal (um plinth no primeiro andar e um mundo diferente acima) foi ainda preservada, devido às proporções adequadas e à imagem caraterística. Obviamente, o interior foi adaptado ao novo uso.

AJUSTANDO O PLINTH E A ALOCAÇÃO: FLORIJN BIJLMER

O plano urbano de Amsterdã-Bijlmer foi projetado para blocos residenciais sobre palafitas (os bem conhecidos “pilotis” Corbusianos), para fazer com que a paisagem verde pudesse “fluir” por baixo dos prédios. Porém, essas palafitas nunca foram construídas. O andar térreo dos famosos “prédios-favos” hexagonais consistia de áreas de despensa, em alguns lugares interrompidas por passagens por baixo da construção. No plano de renovação do bairro-F, as partes remanescentes dos edifícios altos foram incluídas na nova alocação de ruas e dos blocos fechados.

Para incluir os edifícios altos nessa configuração urbana, um novo programa e uma nova imagem foram desenvolvidos para o plinth do Prédio-Florijn. Através da expansão do andar térreo, foi criado espaço para um novo programa: moradias-ateliês, entradas, espaço comercial e pátio de moradias no “plinth do prédio”. Dentro do volume, quase invisível da rua, foi encontrado um espaço para despensa e para estacionamento. No projeto, focamos na preservação da rua interna anterior. Ali, projetamos as salas de estar dos apartamentos no plinth, permitindo suficiente distância entre a residência e o domínio público, ao mesmo tempo que também criava abertura e proximidade em relação à rua.

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CONCLUSÕES

  • O plinth é uma ligação crucial entre a moradia e o uso, e é a imagem do bairro.
  • Existem maneiras diferentes de transformação do plinth existente: através de melhoria do que já existe, através de reorganização, ou através de transformação completa.
  • Toda situação pede uma solução individual – assuntos para levar em conta são: alocação, programa e uso, organização das entradas e arredores diretos.
  • Muitas vezes é possível o uso da imagem arquitetônica existente na transformação.

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