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Eu penso sobre a ‘esfera pública’ como sendo algo aberto 24 horas por dia; espaço que é apropriado, governado e gerenciado pela comunidade. Espaço ‘semipúblico’, por outro lado, é geralmente localizado no andar térreo e disponível para o público a critério do proprietário; o espaço é dele e gerenciado por ele. Você pode pensar numa loja de departamentos – um espaço semipúblico original. Você entra apenas quando tem interesse em entrar, mas você não é exatamente obrigado a comprar algo. Espaços semipúblicos efetivos são permeáveis, com múltiplas entradas e rotas através das quais os usuários “navegam”, como se fossem trilhas desses prédios que geralmente são muito grandes.
Quando você desenhar as pegadas dos prédios de hoje, eles se tornaram cada vez maiores, limitando a permeabilidade para pedestres e a conexão entre o prédio e a vida da rua. Vamos começar com o modelo Europeu de cidade: prédios de 8 andares, muitas vezes com pé direito generoso no andar térreo e pés direitos mais baixos acima. Nesses prédios de 8 andares – eu os chamo de “aranha-chão”- há um senso de conexão entre o topo e o chão abaixo: desse topo você pode reconhecer os traços do rosto de alguém, escutar o barulho, e ver os seus vizinhos do outro lado da rua. Depois, começamos a construir o Sonho Americano: um prédio ou laje com andar térreo ou plinth sólido que vai até a beira da rua. Na maioria das vezes, o elemento alto do prédio é recuado, retendo o senso da cidade, da rua e da atividade. Depois surgiu a torre sem recuo e com uma plaza enorme ou pátio frontal para estacionamento que separa explicitamente a rua do prédio. Com os prédios ficando cada vez maiores, cada vez mais espaço do andar térreo foi tomado por serviço e segurança relacionados ao próprio prédio ou às empresas dentro dele. E, junto com isso, surgiram grande paredes brancas. Hoje em dia, estamos tentando voltar à conexão direta entres os prédios e a vida na rua.
Para mim, a palavra plinth sugere que há algo dentro e acima dele. Se cidades tratam de atividade e diversidade, não são grandes paredes brancas que oferecerão diversidade e atividade. Podemos ter um plinth sem diversidade e atividade? Espaço semipúblico permeável e transparente mistura as margens e cria bordas ao invés de fronteiras. Espaço semipúblico oferece motivos para entrar no plinth, interagir com ele, e dar-lhe atividade e diversidade. Não há uma distinção clara entre a cidade pública e privada – o que é bom! A cidade mistura definições do dentro ou do fora e atividades ultrapassam limites de propriedade.
Trabalhar não se restringe mais a das 9h às 17h e há trabalho acontecendo tanto fora do prédio quanto dentro. O mundo do trabalho está mudando e estamos começando a ver a queda de barreiras. Hoje vemos empresas abrindo mão dos seus andares térreos orientados para serviços pródigos e incorporando cafés, espaço para exibições e mercadoria especializada, para os usuários do prédio ou de fora.
Eu arriscaria afirmar que mais ou menos um quarto ou terço do espaço que negócios ocupam hoje em dia é o que chamo de “espaço de demonstração” – uma outra forma de espaço semipúblico. Como nos movemos de uma sociedade de produtos tangíveis para uma de produtos intangíveis, ou uma sociedade baseada no conhecimento, precisamos de lugares onde podemos mostrar um produto, que é cada vez mais complexo, e como usá-lo. Não é mais uma janela com um cartaz – é um espaço para valorizar o produto baseado em conhecimento. É um centro com a tecnologia necessária e o espaço para pessoas comunicarem e mostrarem as suas ideias. O espaço de demonstração mostra produtos e também abre os plinths. Empresas reconhecem a oportunidade de maior transparência e acesso a espaços semipúblicos para apresentar as suas marcas e para demonstrar os seus produtos e cultura.
Segurança muitas vezes é considerada a questão principal. Uma forte tradição nos distritos centrais de negócios, central business districts, (CBD), é a presença de grandes instituições, como bancos, que devem parecer impenetráveis, seguros e protegidos. O modelo que pode se imaginar é o grande palácio comercial italiano, que trata muito de poder de mostra e de substancialidade. Essas instituições demonstraram segurança através do desenho – colunas massivas, grandes entradas, plinths sem janelas. Com o espaço semipúblico, a segurança não é uma questão, porque ela se torna auto-regulada. Ao invés de mostrar segurança com um foyer generoso, armado com guardas, porteiros e câmeras, essas entradas estrategicamente criam segurança através de zoneamento do espaço e vigilância discreta.
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Discover moreCriamos suficiente expectativa de que isso seria uma coisa boa de se fazer? A pessoa comum se preocupa com isso? As respostas a essas perguntas são provavelmente não. Sabemos que temos que usar o espaço mais efetivamente; sabemos que temos que intensificar o nosso uso do espaço urbano. A conversa começou, há exemplares suficientes para ser abraçados – a mudança está em andamento!